Como contei na parte 2 do meu relato, eu descobri a gravidez com 1 mês, em novembro de 2013, e após procurar muito decidi que faria o pré-natal com o médico que aceitava fazer parto pelo plano de saúde.
Mas, no final de dezembro eu resolvi fazer o acolhimento (reunião que acontece todas quartas e apresenta a casa e o trabalho que ela realiza) na Casa Ângela. Eu já tinha lido, já tinha conversado com Lídia sobre o modelo da Nova Zelândia que dá essa opção às mulheres (e já tinha visto também no filme O Renascimento do Parto e na série Parto pelo Mundo na GNT) e fiquei bem entusiasmada com essa possibilidade. Era a opção perfeita para não parir em hospital.
Antes de ir no acolhimento, apesar de toda informação, eu tinha um pré-conceito imenso. Como parir em um lugar sem médico? Após o acolhimento, me senti mais segura, mas não o suficiente para decidir parir lá. Todas as pessoas com as quais eu comentava diziam que era loucura... eu comecei a não falar mais nisso e segui a vida com o meu obstetra fofo que me dizia que eu estava caminhando para um parto normal lindo.
Depois de um tempo, conversando com Priscila, uma amiga que também estava grávida e também sonhava com um parto normal, comecei a falar do sistema para ela, que até então achava que seria tranquilo parir. Ela começou a pesquisar também sobre o assunto e me trazia informações novas. No meio de uma conversa falei sobre a Casa Ângela e ela resolveu ir lá conhecer. Após fazer o acolhimento ela decidiu ter filho lá. Nessa mesma época eu estava descobrindo as coisas (que relatei na parte 2) sobre meu obstetra e estava me sentindo super insegura e sem saber o que fazer.
A decisão firme de Priscila, me deu uma força imensa, e eu decidi também. Meu filho nasceria na casa Ângela. E a partir daí me senti em paz.
Continuei o pré-natal com o obstetra pois eram necessários os exames e com o pedido médico eu os fazia pelo plano de saúde. A cada consulta com ele eu tinha certeza que tinha tomado a decisão certa.
Infelizmente, esse não é o tipo de decisão que dá para compartilhar com todos. Só de saberem que eu queria o parto normal, já ouvia tanta coisa bizarra, resolvi guardar para mim e meu esposo, e foi a melhor coisa que fizemos.
Após decidir, fizemos os cursos preparatórios que a Casa Ângela oferece, e a cada curso me sentia mais emponderada, informada e feliz.
Num desses cursos, conheci pessoalmente uma amiga do Facebook, chamada Viviane, que também iria parir lá. E fazíamos os cursos as 3 juntas, e a nossa turma de cursos era ótima, e as experiências de um casal dava força ao outro.
E a minha gravidez foi assim... tranquila, saudável, feliz... e me trouxe amizades preciosas. Com exames ótimos, gravidez de baixo risco e apta a parir na casa de parto.
É importante esclarecer aqui que para parir numa casa de parto a gestação DEVE ser de baixo risco, e os critérios são bem rígidos. Não é tão simples parir lá. Não é na louca, na irresponsabilidade. É um local sério, com um trabalho sério, feito por profissionais sérias.
Quem me conhece sabe que de irresponsável eu não tenho nada, e era isso que mais me irritava nos comentários bizarros que eu tinha que ouvir. As pessoas falam para uma grávida, coisas que não deveriam falar nem para uma não grávida.
O pré-natal na Casa Ângela era muito melhor e muito mais produtivo do que as consultas com o obstetra.
Mantive o pré-natal com o obstetra também, para caso não pudesse parir na Casa Ângela, ter ele como um plano B.
Viviane pariu quando eu estava com 6 meses. Foi maravilhoso e extremamente fortalecedor ver alguém que trilhou o caminho que eu estava trilhando, e conseguiu chegar ao destino tão esperado: um parto natural, humano, respeitoso, na Casa Ângela.
Dois meses depois, foi Priscila, chegou lá parindo e teve um parto lindo na banheira, com bebê empelicado.
Ver as experiências positivas de pessoas tão próximas me dava uma paz... e foi assim que esperei a minha hora, em paz! Confiando nas profissionais que aprendi a admirar ao longo dos meses, confiando em Deus e no meu corpo.
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
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